quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

PARTILHANDO NOS MÉDIA

 


Revisitando os clássicos

Ler os clássicos é buscar os fios do novelo de muitas obras modernas e contemporâneas. Como não podemos afirmar que as obras são puras, foi na leitura da Ilíada e da Odisseia de Homero e na Eneida de Virgílio que encontrei o Surgimento da curiosidade e a forma de explicar os problemas da existência. Assim, criaram-se deuses imortais antropomórficos, isto é, que assumiam a forma humana e agiam à semelhança dos homens, lutando entre si, e, como os humanos, sentiam ódio, amor, casavam e tinham filhos.

 

Ilíada

Parte 1 – Os antecedentes da guerra de Tróia

 

A Ilíada é o mais antigo texto literário da Europa e da cultura ocidental. Inicialmente uma composição oral, memorizada e recitada em ocasiões especiais, terá passado à forma escrita no século VIII a.C. pelas mãos de Homero. O aparecimento da primeira epopeia está ligado ao nascimento de uma classe de burgueses comerciantes nas cidades da Jónia, em Mileto e Esmirna, que difundem o uso antigo da escrita, dando valor artístico a uma cultura poética informe. Homero eleva ao nível de obra de arte uma parte da matéria tradicional épica improvisada, escrevendo sobre o papiro, a Ilíada. Trata-se de um poema épico trágico de XXXX organizados em 24 cantos que relata 55 dias do último ano da guerra de Tróia (também conhecida como Ilión), um conflito lendário entre uma aliança de cidades-estado gregas e a cidade de Tróia. Embora contenha aspetos míticos, a história poderá basear-se num conflito entre micénicos e hititas do século XII a.C.

A cadeia de eventos que levou à guerra teve inicio quando os deuses se encontravam reunidos para celebrar as núpcias de Tétis e Peleu. A Discórdia lançou para o meio do casamento uma maça de ouro, dizendo que deveria ser dada à mais bela das três deusas: Atena, Hera ou Afrodite. Como ninguém queria encarregar-se de escolher entre as três deusas, Zeus ordenou a Hermes que as levasse ao monte Ida onde Páris julgaria a questão. Cada deusa prometeu a Páris a sua proteção e alguns dons especiais se ele decidisse a seu favor. Hera ofereceu-lhe o domínio da Ásia, Atena prometeu-lhe sabedoria e a vitória em todos os combates e Afrodite limitou-se a oferecer-lhe o amor de Helena de Esparta, a mulher mais bonita do mundo. Páris decidiu que era Afrodite a mais bela. No entanto, Helena já era casada com Menelau, rei de Esparta, e tinham uma filha, Hermione, com nove anos.

Quando Tíndaro, pai de Helena, decidiu que era hora de Helena casar, apresentou-se uma multidão de pretendentes, entre eles estavam quase todos os príncipes da Grécia. Com receio de ao escolher um pretendente descontentar os outros e gerar uma guerra, Tíndaro segue o conselho de Odisseu: fazer com que os pretendentes jurassem aceitar a escolha de Helena e socorrer o eleito em caso de necessidade. Foi esse juramento que Menelau invocou, alguns anos mais tarde, e que obrigou todos os chefes gregos a partirem para a guerra de Tróia. Em reconhecimento do auxílio de Odisseu, Tíndaro consegue que Icário dê a sua filha Penélope, prima de Helena, em casamento a Odisseu. A fidelidade conjugal de Penélope granjeou-lhe a fama tornando-a célebre na lenda e literatura antigas. A sua lenda é narrada sobretudo na Odisseia.

Professora Antónia Cunha

Sem comentários:

Enviar um comentário