terça-feira, 12 de junho de 2012




E que palavra mais doce, mais terna poderia eu encontrar para me despedir, neste final de ano letivo?

 Como já confessei, neste pequeno grande espaço, há umas semanas atrás, José Luís Peixoto faz parte da minha lista de autores preferidos. Por isso, aqui vos deixo mais uma sugestão de leitura para férias.

Gostei mais de LIVRO, talvez porque, fiel leitora do Jornal de Letras, já conhecia algumas das crónicas presentes em ABRAÇO.

Apesar do “dejá vu”, achei este ABRAÇO (presente de Natal) fascinante e mais uma vez me senti como que “sugada” para dentro da narrativa, vivendo e partilhando alguns dos seus segredos, das suas memórias, das suas intimidades, das suas experiências …Que belo momento de aconchego!!!  Um agradecimento a José Luís Peixoto por se entregar desta maneira aos seus leitores.

Este livro não é um romance, é uma espécie de autobiografia, um perfeito e harmonioso conjunto de crónicas e textos escritos ao longo de uma década.

Não percam tempo, abracem a leitura e, no próximo ano letivo, partilhem connosco as vossas leituras.

Boas férias e um grande… grande

                                                        ABRAÇO!



Nota: Em lista de espera já tenho Walter Hugo Mãe, Gonçalo M. Tavares, Jacinto Lucas Pires…

Rosa Faria

                           
Diz o Avô
Tens cabelos brancos.
Mas porquê, avô?
Caiu muita neve
Na estrada onde vou.
 
 
Tens rugas na face
Mas porquê, avô?
Bateu muito sol
Na estrada onde vou.
 
Tens olhos baços.
Mas porquê, avô?
Pousou nevoeiro
Na estrada onde vou.


Tens calos nas mãos.
Mas porquê, avô?
Parti muita pedra
Na estrada onde vou.
 
 
Tens coração grande.
Mas porquê, avô?
Nele mora a gente
Que por mim passou.”
                                                               Luisa Ducla Soares, A Cavalo no Tempo
(Continuação do poema)
Tens um bigode grande.
Mas porquê, avô?
Caiu muito adubo
Na estrada onde vou.

Tens umas mãos gigantes.
Mas porquê, avô?
Deus assim mas pôs
Na estrada onde vou.
Catarina Flores - nº3 - 6ºD

terça-feira, 5 de junho de 2012


Este livro dá- nos a conhecer um jovem estudante de Medicina, cheio de sonhos e de expectativas. É precisamente no dia em que entra na sala de anatomia que se vai deparar com um mundo com o qual não se identifica: o da insensibilidade e da frieza dos professores perante os corpos que ali se encontravam.

Para ele, Marco Polo, aqueles seres ali estirados não eram meros objetos de estudo, mas seres humanos que, tal como ele, tiveram também os seus sonhos, as suas expectativas, as suas ilusões e desilusões, enfim, as suas loucuras… Seres com uma história de vida. E que belas histórias de vida!

Nesta passagem, logo me lembrei da frase que todos nós já ouvimos ou lemos algures e que, apesar de revelar bem as nossas fragilidades, dela depressa nos esquecemos: “Lembra-te, ó homem, que és pó e em pó te hás de tornar” (Gen. 3, 19).

Um dia, no meio daquele amontoado de corpos, descobre um que logo lhe prendeu a atenção, dado o conteúdo da etiqueta de identificação: “Poeta da Vida”. Na busca da identidade de cada um deles, descobre que este tinha sido um grande cientista, um dos mais notáveis cirurgiões, um exímio professor universitário e antigo diretor daquela instituição a quem a vida passou uma enorme rasteira.

Nesta sua aventura, acaba por conhecer pessoas ilustres que se tornaram “sem-abrigo”, vítimas de perturbações psíquicas. Já formado, mas revoltado com a forma como estes pacientes eram tratados, vai, em nome dos seus ideais, enfrentar profissionais de renome internacional no sentido de mudar mentalidades. Será que vai conseguir?

   Um apaixonante romance que nos mostra como a psiquiatria, a psicologia, a filosofia, a poesia e a indústria farmacêutica poderão andar de mãos dadas.

          Aproveitem a sugestão e comecem já, porque ler Cury é mergulhar no mundo da espiritualidade.

                                                                                            Rosa Faria


sexta-feira, 25 de maio de 2012


"Viver não é necessário. Necessário é criar."

                                                                       Fernando Pessoa



É precisamente àqueles a quem o Além dotou de criatividade e a usaram em prol dos outros que quero deixar neste pequeno espaço a minha homenagem.

Bem hajam por nos fazerem sonhar, por tornarem o nosso dia-a-dia mais risonho com a beleza das vossas obras!

Na nossa escola, este dia foi assinalado com uma exposição de biografias elaboradas pelos alunos e a divulgação de escritores, através da projeção de uma apresentação PowerPoint.

       Vá lá, estão quase de férias, sejam criativos!

        E para terminar, a equipa da biblioteca agradece a todos os que têm contribuído para que estas iniciativas se concretizem.

                                                                                                                                Rosa Faria

   

quarta-feira, 23 de maio de 2012


QUADROS DA HISTÓRIA DE PORTUGAL

Numa  oferta do Sr. Ministro da Educação e Ciência—Dr. Nuno Crato - recebeu a nossa biblioteca escolar , pela mão do Sr. Diretor deste Agrupamento — Dr. Sérgio Gonçalves, um exemplar do livro “Quadros da História de Portugal”.
“Escrita em 1917  e reeditada em 2010, ao obra revisita a história do nosso país através de alguns dos seus episódios mais marcantes e será certamente um recurso valioso dentro e fora da sala  de aula.
Graças à generosidade da Gradiva e do Montepio Geral, esta obra volta a estar disponível para os nossos alunos.”
                                                 Adaptado da carta do Sr. Ministro da Educação e Ciência

                                                                                                                                              A Professora Bibliotecária

                                                                                                                                                    Helena Magalhães


terça-feira, 22 de maio de 2012


Dia do autor português - 22 de maio


Seria injusto para o universo cultural português deixar passar em branco este dia. Por isso, cá estou eu para aconselhar a leitura de mais uma obra de um dos nomes sonantes da literatura portuguesa contemporânea, José Luís Peixoto.

            “Livro”, não é um livro qualquer, não é qualquer livro. Para além de uma organização estrutural diferente do habitual, é uma obra emocionante, tocante, que nos cativa do início ao fim. É extremamente envolvente e arrebatadora a forma como o autor nos apresenta a História de Portugal dos anos 60 e as aventuras de muitos portugueses que partiram rumo a França, em busca de melhores condições de vida.

Apesar de não ter sentido diretamente na pele esta fuga desenfreada, a leitura deste livro trouxe-me de volta algumas vivências e histórias desse passado, não muito longínquo, às quais assisti do alto do meu terraço: a partida e a chegada, os encontros e os desencontros daqueles que tiveram de abalar.

Já que as férias que se aproximam a passos largos, aproveitem para ler este e outros livros, mas, por favor, não subestimem os escritores portugueses.



Rosa Faria

segunda-feira, 21 de maio de 2012

LEITORES DO ANO

Porquê ler?

Primeiro porque deve ser um prazer. Mas, ainda que inicialmente a leitura possa não dar a satisfação desejada., não devemos desistir. Neste caso devemos substituir o livro ou tipo de leitura em questão. Há sempre um livro que nos vai surpreender, que nos vai satisfazer, onde nos vamos encontrar, onde vamos sentir …”valeu a pena”. Por alguma razão as leituras nos enriquecem, nos valorizam o nosso ser, a nossa alma e, concomitantemente, o nosso estar em sociedade.

Ouvir ler em voz alta, ler só ou em conjunto, conversar sobre livros, desenvolve a inteligência e a imaginação, enriquece o nosso vocabulário e linguagem, incrementa a nossa capacidade de compreensão dos outros e de nós próprios, alarga o nosso conhecimento do mundo, ocupa de uma forma saudável o nosso tempo livre, proporcionando momentos de emoção, diversão e de quietação.

Por tudo isto é que a equipa da biblioteca escolar, em parceria com os professores em geral e os professores de Língua Portuguesa em particular, desenvolve um conjunto de atividades que visam a promoção da leitura.

A atribuição do prémio do leitor do ano é uma delas.

Todos os anos é atribuído um diploma e um prémio simbólico – um livro – ao leitor do ano, de cada ciclo de escolaridade.

Na Escola Básica Deu-la-deu Martins, este ano, os vencedores firam três meninas. As alunas Sara Maciel de Sousa Inácio do 5.º A e Vanessa Pombo Araújo, do 5.º E receberam, em exe aequo, o diploma de melhores Leitoras do Ano para o segundo ciclo. No terceiro ciclo, a vencedora foi Susana Fernandes Gonçalves, do 8.º C.

A todas os meus parabéns.

Faço votos de que continuem a ser boas leitoras.



                                                                                                                    A Professora Bibliotecária

                                                                                                                         Helena Magalhães

      







         Maio… mês de Maria, mês do coração, mês da Senhora da rosa, mês da mãe e…

     Foi precisamente no dia da mãe que recebi como presente o primeiro livro de poesia de José Luís Peixoto, é claro que não resisti e comecei a folhear.

      Como a curiosidade matou o gato, quando dei por mim estava a ler o último poema:

                                       “ não, ninguém saberá o que aconteceu.

                                          estou muito cansado.

                                          apetece-me dormir até morrer.”


 Não, não fiquei cansada, não me apeteceu dormir, muito menos morrer, apeteceu-me sim voltar a ler, a reler e continuar a ler… devagarinho e beber cada palavra, cada estrofe como se fosse a última vez.

Quero deixar aqui o meu pedido de desculpas a José Luís Peixoto por nunca ter lido a sua poesia. Confesso que, à primeira vista, não é uma leitura fácil, mas logo nos deixamos levar pela magia das palavras, pelo ritmo pausado e pela beleza da sua escrita.        

É fascinante a forma como o autor versa sobre a nostalgia, o sofrimento, a inquietação, a saudade, a ausência de um ente querido, a inquietação…

      Não percam, comecem já a ler e não se esqueçam de deixar aqui a vossa opinião!

  

… mês do autor português. Por isso, amanhã cá estarei para homenagear, um dos grandes vultos da literatura portuguesa do início do século XXI.

                                                                                                         

                                                                                              Rosa Faria




quarta-feira, 16 de maio de 2012







Só sei que nada Sei


Falando agora,

De teorias concretas,

De filósofos antigos,

Com mentes de poetas.



Só sei que nada sei,

É o tema original,

Da perfeita imperfeição,

Que cantou uma lealdade real



O provérbio antigo,

Que constrói um, ser

Com humildade rica

Que nos dá um bom viver

Uma mente que nada sabe

E uma mente que tudo sabe

São génios falsos

Que para tudo vale



Ninguém sabe o que não sabe

É só sabe que nada sabe.


Lucas Diniz, n.º 14, 6.º F