ESCREVO SOBRE UM LIVRO
História de um caracol que
descobriu a importância da lentidão
Na minha opinião este texto contém moralidades , que podemos
retirar de cada capítulo, que são essenciais à vida:
·
os
caracóis não tinham curiosidade em saber o que se passava além daquele prado;
·
a
importância da lentidão para conseguirmos ter a visão de pequenos pormenores
que se formos ligeiros não os conseguimos detetar;
·
a
importância de partilhar os nossos conhecimentos.
Recomendo ler este livro para aprender uma GRANDE LIÇÃO.
Um breve desenvolvimento desta história maravilhosa
Capítulo 1
Este capítulo fala sobre uma colónia de caracóis, que nunca tinham
saído para além dos muros do prado. Como não tinham viajado não podiam avaliar,
nem comparar porque não tinham conhecimento, mas nem queriam saber, só sabiam o
que havia naquele prado.
O prado tinha abundância de dente-de-leão
e por isso alguns caracóis mais velhos chamavam ao prado o «País de
dente-de-leão». Os
caracóis sabiam que eram lentos, muito lentos e silenciosos e por isso eram
vulneráveis. Eles nem tinham curiosidade de saber os motivos da sua lentidão e
do seu silêncio, mas havia um que queria procurar resposta ao motivo da sua
lentidão.
Capítulo 2
O caracol que queria descobrir os motivos da
lentidão também queria saber porque é que não tinha nome. Mas os outros
caracóis nem queriam saber, só queriam ser felizes vivendo no «País de dente- -de-leão».
Um dia o caracol ouviu 2 velhos caracóis a falar de
um mocho que vivia nas folhagens da faia mais antiga. Comentavam que o mocho sabia
muitas coisas e de noite falava e cantava muito sobre árvores que eles nunca
ouviram falar nem podiam imaginar como eram. Então o caracol resolveu ir, muito
lentamente, ter com o mocho para perguntar porque é que ele era tão lento.
Então foi lentamente, muito lentamente e chegou ao tronco onde estava o mocho e
perguntou-lhe porque era tão lento. O mocho abriu e fechou os olhos e deu-lhe
uma resposta:
“- És lento porque carregas um grande peso […]”,
mas o caracol achou estranha aquela resposta porque a sua concha nunca lhe
causou fadiga. Então voltou a perguntar, mas desta vez o mocho não tinha
resposta e disse-lhe que ele é que a tinha de a procurar.
Capítulo 3
Depois
regressou ao seu prado e tudo estava lento como de costume entre outros
caracóis.
Quando chegou ao prado viu folhas a movimentarem-se
e uns bichinhos pretos a comerem, alheios ao que se passava ao lado. Esses
bichos estavam alegres pois a comida deveria ser muito saborosa.
Os caracóis analisaram esta situação e resolveram
que a partir desse dia comeriam juntos ao entardecer, todos reunidos. Para
tomar este momento mais agradável eles falavam entre si. Adoravam comer dente-de-leão.
Todas as tardes se juntavam para conversar e falavam sobre o trabalho das
formigas e dos gafanhotos que andavam aos saltos e não cumprimentavam ninguém.
Os caracóis tinham medo dos HUMANOS porque ao
passarem no prado, pisavam os caracóis e esses caracóis já não apareciam, ao entardecer
para comer todos juntos e conversarem entre si.
O caracol que desejava conhecer o motivo da
lentidão dos caracóis e de não terem nome não parava de questionar-se sobre
esse assunto até que um dia um caracol velho já cansado de ouvir as mesmas perguntas
disse-lhe que parasse com aquelas perguntas ou então tinha de sair dali. Já
estavam cansados das mesmas perguntas. Esta ameaça magoou muito o caracol e
entristeceu-se por não ter o apoio dos outros caracóis. Posto isto ele decidiu
ir-se embora e só voltar quando tivesse nome, e soubesse o motivo da lentidão.
Capítulo 4
Sem deixar de comer os caracóis viram como o
caracol se afastou lentamente, muito lentamente até o verem desaparecer do prado.
Ao entardecer e já a ser noite, o caracol procurou
onde dormir. Viu uma pedra não muito alta e pareceu-lhe um refúgio excelente.
Subiu até cima e procurou um lugar mais liso e
instalou-se. O caracol não conseguia dormir porque talvez não devia abandonar o
prado e os caracóis mais velhos.
Estava o caracol nestes pensamentos, a pedra
moveu-se muito lentamente e uma voz perguntou muito cansada:
“- Quem é que subiu aqui para cima?”. E o caracol
perguntou:
“- És uma pedra que fala?”. E a pedra disse que não
era e voltou a perguntar quem estava em cima, e ele respondeu que era um
caracol. E a pedra como sabia que os caracóis eram lentos disse-lhe que também
é lenta. E assim adormeceram.
No dia seguinte, o caracol após ter acordado e ter descido
da pedra, reparou que não tinha dormido em cima de uma pedra, mas sim de em
cima de uma tartaruga. O caracol nunca tinha visto um animal daqueles, mas não
lhe causava medo. A tartaruga começou a andar lentamente, muito lentamente e
mesmo assim o caracol não conseguia acompanhar e pediu para subir para a sua
carapaça. A tartaruga disse--lhe que era a 1.ª vez que lhe diziam que ela era
veloz. A maneira que avançavam no caminho a tartaruga disse-lhe que vinha do
esquecimento dos seres humanos. Ela vivia numa casa onde não faltava nada e
quem cuidava dela eram os seres humanos que lhe davam muito mimo, só que os
anos passaram e os humanos abandonaram a tartaruga pois não tinham tempo para
ela.
O caracol
ficou muito triste com a história da tartaruga. Ele contou-lhe que desejava
saber o motivo da sua lentidão e que também queria ter um nome porque até a
água que cai das nuvens tinha o nome de “chuva”. As perguntas do caracol
aborreciam os outros caracóis e daí o terem expulsado do prado, tendo ele tomado
a atitude de regressar ao prado quando tivesse nome e soubesse o motivo da sua
lentidão.
Então a tartaruga disse-lhe que enquanto viveu
entre os humanos aprendeu que quando um deles fazia uma pergunta desse género
ficava apelidado de REBELDE.
O caracol gostou tanto desse nome e perguntou-lhe
se ela tinha nome ao qual que ela respondeu que sim. Chamavam-lhe memória
porque não se esquecia do caminho.
Os dois continuaram juntos e a tartaruga disse-lhe
que tinha uma coisa muito importante para lhe mostrar.
Capítulo 5
Chegaram a um extremo do prado ao qual os caracóis
lhe chamavam o fim da vida: era uma superfície escura, uniforme ao que os humanos
lhe chamavam de estrada. Do outro lado viam seres humanos. Estavam perante uma
vila ou cidade onde chegavam pessoas com bens sobre grandes animais de patas
circulares, fortes, velozes e impulsionados por corações de metal (carros). O
caracol ficou muito confuso com o que estava a ver em cima da carapaça da
tartaruga e então a tartaruga explicou-lhe que a faixa escura era uma estrada
de alcatrão e os animais eram carros que deitavam fumo e que os humanos os
usavam porque eram demasiado lentos e então usavam os animais de metal. O
caracol reparou que os humanos já estavam a cobrir o prado com alcatrão e
sentiu medo e a tartaruga acalmou-o dizendo que não tivesse medo. Estava a
anoitecer e resolveram fazer a sua refeição antes de adormecer e enquanto
comiam a tartaruga perguntou-lhe o que é que ia fazer e o caracol respondeu-lhe
que não sabia e nem sabia se já queria conhecer os motivos da sua lentidão ou
regressar ao prado com os velhos caracóis, a tartaruga disse-lhe se não fossem
tão lentos não se teriam encontrado. O caracol concordou com a tartaruga pois
já tinha nome e já tinha conhecido os perigos e agora que ia regressar e avisar
os seus amigos. O caracol pediu para dormir em cima da carapaça da tartaruga,
mas ela não aceitou dizendo que seria melhor dormir ao seu lado. O sol
acordou-o e reparou que a tartaruga se tinha ido embora, no entanto, o caracol
estava muito grato por a ter conhecido e fez a sua marcha em direção aos seus
velhos e amigos caracóis.
Capítulo 6
No trajeto até ao prado deparou-se com um trajeto
de formigas que transportavam gotinhas de mel e parou para não as desorientar e
disse-lhes que tinha que passar pois tinha que ir avisar os seus amigos de um
grande perigo. As formigas curiosas quiseram saber logo o que se estava a
passar e quando se puseram ao par da situação disseram que o tinham que o levar
ao formigueiro onde estava a rainha. A rainha perguntou-lhe se tudo o que ouviu
era verdade ao qual que ele respondeu que sim. Então ela mandou reunir todos os
alimentos para se irem embora e agradecerem ao caracol pela sua lentidão porque
se ele fosse veloz nunca teria visto as formigas para lhes contar acerca da
estrada que os humanos estavam a fazer. Assim a rainha juntou as suas formigas
em fila e disse: Êxodo, êxodo e foram-se embora do formigueiro. Os escaravelhos
também agradeceram ao caracol pela sua lentidão pois só assim os pôde avisar e
eles logo abandonarem a toca com os seus alimentos.
O caracol já tinha um nome: Rebelde e começou a
perceber os motivos da sua lentidão: assim conseguia observar tudo ao seu redor
e avisar os amigos do perigo. Era noite e o caracol procurava um sítio para
dormir, quando estava prestes a adormecer foi abordado por uma toupeira que lhe
perguntava se era ele o caracol que tanto se falava. Ele disse-lhe que sim e
que tudo que se ouvia também era verdade, a toupeira ao ouvir isto pôs-se a
cavar o solo com as outras para se irem embora.
Capítulo 7
Os caracóis ao ver o caracol a chegar fizeram troça
dele sem nunca deixarem de comer as folhas de dente-de-leão e perguntaram-lhe
se já tinha encontrado as respostas para as perguntas que fazia antes de partir.
O caracol disse aos seus amigos que tinha encontrado uma tartaruga chamada
Memória. Eles troçaram do caracol por ele ter encontrado um bicho tão lento como
ele, mas, o caracol não lhes ligou nenhuma e contou-lhes tudo o que tinha visto.
Os caracóis não acreditaram e disseram que nunca abandonariam o prado, mas
rebelde disse-lhes que outros animais o tinham acabado de o fazer quando ele
lhes contou do perigo que vinha a caminho. Um dos caracóis mais velhos disse
que teria de demonstrar que o que disse era verdade. Então Rebelde mandou-os
subir com ele até às longas hastes do calicanto e os caracóis quando lá
chegaram repararam que Rebelde não lhes tinha mentido e que os humanos já
estavam muito perto do prado com a construção da estrada e o alcatrão. Quem
estava no cimo avisou para fugirem o mais rápido possível e então os caracóis
mais velhos olharam com respeito para Rebelde e disseram-lhe que facto tinha
aprendido muito na sua viagem. Uns dos caracóis mais velhos perguntou-lhe se já
tinha nome e o caracol disse-lhe que a tartaruga Memória lhe tinha posto o nome
de Rebelde. Assim partiram à procura de um novo prado que tivesse
dente-de-leão.
Capítulo 8
Os caracóis partiram muitos tristes e nenhum deles
se atrevia a falar sobre a sua tristeza. Eles iam em direção aos humanos e os
caracóis mais velhos pediam explicações do motivo porque se dirigiam até ao
perigo. O caracol explica-lhes que os humanos à volta da casa deles não
estendem alcatrão para que o sol desça às suas casas. Os caracóis, contudo, não
iam felizes na sua viagem e queriam regressar ao prado, lugar que nunca
deveriam ter deixado, e que melhor era regressar pois ele nem sequer sabia por
onde ia. Os mais novos e uns mais velhos ficaram com Rebelde e ele prometeu que
haviam de encontrar um novo prado com dente-de-leão.
Capítulo 9
Os caracóis chegaram por fim à estrada e repararam
que nada crescia à beira do manto negro. Esperaram que os humanos fossem embora
para as suas casas descansar e quando anoiteceu atravessaram a estrada e aperceberam-se
que era mais rápido atravessar o alcatrão do que o prado. Deram-se conta que o
alcatrão era quente e queriam ficar lá até amanhecer porque era quentinho, mas
Rebelde alertou-os que aquilo era uma armadilha para matar os animais porque se
ficassem no alcatrão as rodas do carro passavam por cima deles matando-os,
assim continuaram a viagem e quando chegaram à outra berma da estrada,
instalaram-se numa caverna circular e fria. Todos os caracóis adormeceram menos
Rebelde e quando estava prestes a adormecer apareceu um pássaro a dizer que não
tivesse medo … era o mocho que vivia no prado. Ele disse-lhe que estava ali
porque já nada existia no prado e que eles não estavam bem ali pois aquilo não
era uma caverna, mas sim um grande tubo onde circulava a água quando os humanos
quisessem. Rebelde sentia-se fracassado iam ser muito lento. Então o mocho que
os ajudaria a sair dali e pegou num bocado de madeira e disse aos caracóis que
se colocassem aí que ele os transportaria. Os caracóis quando iam no voo aperceberam-se
que grande parte de prado havia desaparecido. O mocho deixou-os perto de umas
grandes árvores e disse-lhes que este era um bosque de castanheiros em que os
humanos tardariam a destrui-lo e mandou-os descer a uma clareira que tinha erva
e flores silvestres. Os caracóis agradeceram ao mocho e Rebelde mandou-os
seguir em frente.
Capítulo 10
Os caracóis avançavam pelas folhas da cor do outono
e conforme avançavam no terreno Rebelde ia ficando preocupado com a falta de
alimento… os caracóis estavam esfomeados e não havia comida à vista.
Pouco antes da chegada da geada e da neve os
caracóis sentiram o chamamento irresistível da vida e de a continuarem, houve
então a fecundação.
Anoiteceu e por muito que esticassem os corninhos dos
olhos não conseguiam ver o brilho das estrelas, Rebelde disse que o melhor é
meterem-se debaixo das folhas para estarem a salvo, mas, alguns não seguiram o
conselho. Quando amanheceu os caracóis saíram debaixo das folhas e viram que os
caracóis que ficaram ao relento tinham morrido e logo se deram de conta que
tinham de encontrar a clareira de imediato. Alguns não conseguiram acompanhar
por causa da fome e do cansaço.
Capítulo 11
Chegaram á clareira do bosque e depararam-se que o frio
se tinha antecipado pois estava cheio de geada. Rebelde olhou para trás e viu
que só tinha consigo metade dos caracóis que saíram do prado.
Os caracóis foram-se refugiar num tronco que estava
no chão e nele havia algumas ervas que
não eram saborosas, mas sim nutritivas. Entrou-se na hibernação. O tempo passou
e chegou a Primavera e os caracóis saíram do tronco e avistaram uma grande
abundância de flores silvestres e, para além disso, viram também que por onde eles rastejaram havia uma grande
extensão de dente-de-leão. Os caracóis ficaram muito felizes pois encontraram
um sítio maravilhoso para viver. Rebelde diz aos seus companheiros que durante
a viagem aprendeu muitas coisas:
·
A importância da lentidão;
·
E que tudo quanto desejamos está dentro de nós
próprios.
Pedro Felgueiras, N.º 15, 6 .º C
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