ESCRITOR(ES) DO MÊS - FEVEREIRO
CESÁRIO VERDE | ALMEIDA GARRETT | PADRE ANTÓNIO VIERA
Este mês destacamos 3 autores portugueses que nasceram em fevereiro e que integram os currículos do ensino secundário.
ANTÓNIO VIEIRA
António Vieira, mais conhecido como Padre António Vieira, foi um filósofo, escritor e orador português da Companhia de Jesus. Uma das mais influentes personagens do século XVII em termos de política e oratória, destacou-se como missionário em terras brasileiras.
Nascimento: 6 de fevereiro de 1608, Lisboa
Falecimento: 18 de julho de 1697, Salvador, Bahia, Brasil
Formação: Colégio dos Jesuítas
Pais: Cristóvão Vieira Ravasco, Maria de Azevedo
Funções exercidas: Padre, filosofo, escritor e orador
Morte: Salvador; 18 de julho de 1697 (89 anos)
Religioso, filósofo, diplomata e escritor, é também considerado um dos maiores oradores portugueses. O jesuíta padre António Vieira (1608-1697) mostrou-se contrário à ação da inquisição. Fernando Pessoa chamou-lhe o “Imperador da Língua Portuguesa”.
É considerada uma das mais influentes personagens portuguesas do seu tempo.
Foi homem de confiança de D. João IV que o enviou pela Europa com importantes missões diplomáticas. Orador privilegiado, os seus sermões atraiam multidões. Destacamos o sermão de Santo António aos peixes.
Foi missionário no Brasil onde defendeu os direitos dos indígenas combatendo a sua exploração e escravização. Era também anti-esclavagista.
Defendeu ainda os judeus e a abolição da distinção entre cristãos novos e velhos.
Mal compreendido e alvo de ódios diversos, regressou ao Brasil, onde tinha vivido e onde faleceu.
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João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, mais tarde 1.º Visconde de Almeida Garrett, foi um escritor e dramaturgo romântico, orador, par do reino, ministro e secretário de estado honorário português.
Nascimento: 4 de fevereiro de 1799, Porto;
Falecimento: 9 de dezembro de 1854, Lisboa;
Influenciado por: Luís de Camões, Gil Vicente;
Formação: Universidade de Coimbra(1816–1821)
Filhas: Maria Adelaide
Pais: Ana Augusta de Almeida Leitão, António Bernardo da Silva Garrett
Foi um dos escritores mais completos no panorama das letras portuguesas. Formado em leis pela Universidade de Coimbra, apoia, no último ano do curso, a causa da revolução liberal de 1820, exilando-se consequentemente em Inglaterra e França. Neste seu afastamento, publica os dois títulos fundadores do Romantismo português: Camões (1825) e D. Branca (1826).
No entanto, é depois do regresso definitivo a Portugal, em 1836, que se mostra mais profícuo, escrevendo um conjunto de obras, das quais se destacam a peça trágica Frei Luís de Sousa (1843), as inclassificáveis Viagens na Minha Terra (1846), ou os ousados versos de Folhas Caídas (1853).
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Aliado ao escritor está ainda Garrett, o homem cívico, que contribui para a redação da Constituição de 1838, funda o Conservatório de Arte Dramática e encabeça o projeto de edificação do Teatro Nacional D. Maria II.
CESÁRIO VERDE
José Joaquim Cesário Verde foi um poeta português, sendo considerado um dos pioneiros, precursores da poesia que seria feita em Portugal no século XX
Nascimento: 25 de fevereiro de 1855, nasceu em plena Baixa Lisboeta.
Falecimento: 19 de julho de 1886, Lisboa
Formação: Frequentou o Curso Superior de Letras (1873–1874)
Pais: Maria da Piedade David dos Santos, José Anastácio Verde
Género literário: Poesia
Magnum opus: O Livro de Cesário Verde
No seu estilo delicado, Cesário empregou técnicas impressionistas, com extrema sensibilidade ao retratar a cidade e o campo, que são os seus cenários predilectos. Evitou o lirismo tradicional, expressando-se de uma forma mais natural.
A partir de 1877 Cesário Verde começa a queixar-se de falta de saúde:
«Agora trago sempre no pescoço umas escrófulas que se alastram, que se multiplicam depressa. Não sei se é resultado sifilítico, se o que é.»
A tuberculose, que lhe ceifara os irmãos, instalara-se também nos pulmões do poeta comerciante que em 1883 fizera a sua única viagem ao estrangeiro, mais precisamente a Paris e a Bordéus, para tratar da exportação de vinhos portugueses.
Cerca de dois meses depois, a 19 de julho, pelas cinco horas da manhã, com 31 anos, Cesário Verde morre. As suas últimas palavras, recolhidas pelo seu irmão, Jorge, foram pouco exemplares:
«Não quero nada. Deixa-me dormir.»
Os seus pais, eram um casal abastado, ligado ao comércio retalhista de ferragens. O casal tinha loja aberta na Rua dos Fanqueiros.
O menino José Joaquim fora talhado, de acordo com a tradição e os contextos familiares, para se dedicar ao comércio na loja paterna, o que, a seu tempo, pontualmente, viria a acontecer. A família Verde veria arredondada a sua fortuna pela herança da quinta de Linda-a-Pastora, que pertencera ao tio de José Anastácio. Assim, a Cesário Verde se lhe abriram os caminhos do comércio das ferragens e da exploração agrícola da quinta familiar. E nesse sentido foram orientados os projetos familiares e, naturalmente, a educação do pequeno Cesário.
Aos 10 anos é aprovado no exame de instrução primária. Terá depois aprendido línguas estrangeiras, o inglês e o francês, e rudimentos de comércio nos colégios que em Lisboa ia havendo. Aos 17 anos inicia pontualmente a sua carreira na loja paterna. E de então até ao fim da sua vida breve, morreria com 31 anos, Cesário não foi profissional senão do comércio, sob a experimentada e vigilante batuta do Sr. José Anastácio Verde.
Quanto à poesia… seria essa a sua fundamental e mais ou menos vocação oculta. Se é que o termo vocação se presta para sugerir o complexo de condicionalismos que exige a necessidade poética… A verdade é que as atividades comerciais de Cesário foram naturalmente aumentando com os anos e com a experiência.
Cobertos de folhagem, na verdura,
O teu braço ao redor do meu pescoço,
O teu fato sem ter um só destroço,
O meu braço apertando-te a cintura;(…)
Cesário Verde,
in 'O Livro de Cesário Verde‘,
‘Eu e Ela’
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