ESCREVO SOBRE UM LIVRO - ESM
“George”
de Maria Judite de Carvalho
O conto “George” de Maria Judite de Carvalho, cujo
nome remete para a personagem principal, retrata o regresso da mesma à aldeia
onde cresceu. Aqui reencontra a jovem que foi no passado, Gi, quando, na sua
ânsia de liberdade, partiu no comboio para longe de uma família que não a
compreendia.
Este reencontro com a sua juventude acaba, também,
por projetá-la para o futuro onde, agora Georgina, mostra arrependimento de
algumas das escolhas que tomou ao longo da sua vida.
A meu ver, podemos comparar este conto à obre “As
três idades da mulher” do pintor Gustav Klimt, pois ambos abordam o tema da
passagem do tempo e como este afeta a forma como a figura feminina se
apresenta.
No quadro, a criança nos braços da mulher representa,
na minha opinião, a fragilidade dos mais novos e a proteção que cada pessoa tem
em relação à criança que permanece dentro dos mesmos, aquela que sonha
(implícito no manto azul que a rodeia, transmitindo afeto, paz e confiança),
tal como Gi, vista por George como uma “rapariguinha frágil”.
Destaca-se ainda a figura da idosa, de tez escura,
saios descaídos, com as artérias e a flacidez da pele salientes. No ponto de
vista pessoal, comparo esta mulher a Georgina, de “quase 70 anos”, com as suas
“mãos enrugadas” e a cara imperfeitamente maquilhada, como imaginamos qualquer
senhora da mesma idade. Na obra de Gustav Klimt, leva as mãos à cabeça, cabisbaixa,
como se mostrasse o arrependimento de Georgina, que se sente só e triste por
não ter qualquer contacto com o seu passado.
Após a análise da obra “As três idades da mulher”,
considero que esta se enquadra no conto “George”.
Cláudia
Rocha, Nº 3, 12.º C
Sem comentários:
Enviar um comentário