António Alçada Baptista
A vida e a obra de António Alçada
Baptista estão profundamente ligadas aos valores da liberdade e à cultura dos
afectos. A vida foi uma das suas grandes obras e, através da obra escrita,
exprimiu, de forma única, a vida. Por isso, a sua mensagem está tão presente e
a sua obra será sempre atual. Singular, mas não solitário, a vida não lhe
passou ao lado. A memória do saudoso convívio e o testemunho que deixou nas
diversas obras publicadas avivam a lembrança. Neste sentido, Pesca à Linha é um
livro sempre a reler, onde evoca os marcos da sua história pessoal e do seu
tempo, a sua “teia de afectos”, as “cumplicidades”, os “queridos amigos”.
Embrenhou-se, desde jovem, no convívio das tertúlias de Lisboa, onde encontrou
“uma cultura subjacente e um diálogo social”. Tal como refere, as pessoas e as
relações humanas estão no centro de tudo e “quando a gente anda metido com vida
como eu andei, acaba por ter nos braços uma multidão de coisas, de
acontecimentos e emoções...”.
Dos humanistas e intelectuais que
moldaram a sua formação e o convívio, valoriza sempre mais a dimensão humana do
que as ideias em abstracto, como no caso de Vitorino Nemésio que “sabia muitas
coisas, mas, para mim, daquilo que tenho mais saudades é da sua presença afectuosa
que fazia de todo o seu convívio, diria de toda a sua vida, um espaço e um
tempo qualificado”. Do mesmo modo, Jorge Amado, além de grande escritor,
destaca-se, sobretudo, como “um dos poucos homens que se enternecem com a
condição humana”. Sobre o poeta Alexandre O’Neill, um dos amigos referenciais,
que “escreveu todos os poemas que gostaria de ter escrito”, revela: “tínhamos
muitas afinidades e a principal era a de não nos levarmos a sério”.
As grandes causas que defendeu e
praticou, da cultura à intervenção política e cívica, envolveram também as
relações humanas, a amizade.. Ao longo da vida, António Alçada Baptista foi
encontrando afinidades, tecendo a sua teia de cumplicidades e formando a sua
tribo. Fez pontes com territórios humanos muito diversos e ligou margens
aparentemente impossíveis. A liberdade foi sempre um valor inegociável. Dentro
deste quadro de referências, concretizou um projeto de vida e um processo de
criação cultural.
Livros Publicados
• Documentos Políticos precedidos de uma Introdução onde se pretende
contribuir para um diagnóstico da vida pública nacional, Lisboa, Moraes, 1970.
• Peregrinação Interior I – Reflexões sobre Deus, Moraes, 1972, (9ª
edição, 2002
e edição brasileira, 1983).
• O Tempo das Palavras, Moraes, 1973, (3ª edição, 2000).
• Conversas com Marcello Caetano, Moraes, 1973.
• Peregrinação Interior II – O Anjo da Esperança, Lisboa, Uranus,
1982,
(4º edição, 1999).
• Uma Vida Melhor, Lisboa, Contexto, 1984.
• Os Nós e os Laços, Lisboa, Editorial Presença, 1988
(12ª edição, 2001 e edição brasileira, 1986)
• Catarina ou o Sabor da Maçã, Lisboa,Presença, 1988, (12ª edição,
2006).
• Tia Suzana, Meu Amor, Lisboa, Presença, 1989, (10ª edição, 2001).
• O Riso de Deus, Lisboa, Presença, 1994, (16ª edição, 2005).
• A Pesca à Linha – Algumas Memórias, Lisboa, Presença, 1998, (5ª
edição, 2000).
• O Tecido do Outono, Lisboa, Presença, 1999, (6ª edição, 2001).
• Um Olhar à Nossa Volta, Lisboa, Presença, 2002, (2ª edição, 2002).
• A Cor dos Dias – Memórias e Peregrinações, Lisboa, Presença, 2003,
Crónicas da Máxima (PDF)
A aposta do Natal
A burguesia
A complexidade
A complexidade humana
A Máxima e a Madalena
A burguesia
A complexidade
A complexidade humana
A Máxima e a Madalena
A paixão amorosa
Ao lado da Inteligência
Ao lado da Inteligência
As culpabilidades
Lembrança do Alexandre O'neill
Lembrança do Alexandre O'neill
Nelson Rodrigues
O 25 de Abri
O que é uma crónica
O 25 de Abri
O que é uma crónica
O reaccionário
O tempo
O valor das coisas
O tempo
O valor das coisas
Os países de língua portuguesa
Uma utopia em crise
Uma utopia em crise
Uma pequena história
Uma porta para a esperança
Uma porta para a esperança
Umas férias com escadas
Um livro de Fátima Anderson
Um livro de Fátima Anderson
Fonte: http://www.antonioalcadabaptista.org/
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