António nasceu marcado pelo nome. O mesmo que o vizinho da rua das
traseiras, o homem que se fez doutor em Coimbra e que ia à terra sempre que
podia, o tal que governava o país com pulso de ferro. Mas de pouco ou nada lhe valeu
tão grande nome quando o destino o enviou para Angola, para defender a pátria
em nome de uma guerra distante que não era a sua.
Deixou para trás
a sua terra, a mãe inconsolável e Amélia, a mulher que pedira em casamento, num
banco de pedra, junto à igreja e que prometera fazer dele o homem mais feliz do
Vimieiro.
Uma das mais
belas e excecionais obras que já li. Quando terminei, pensei, logo que me seja
possível, lerei “Os Retornados – Um Amor nunca se esquece”.
Fiquei
maravilhada com o enredo, a simplicidade, tudo ligado a um realismo
inacreditável.
O estilo do autor
duma riqueza cativante que, quando iniciamos a leitura, não temos coragem de
parar.
Nesta obra em
particular, Júlio Magalhães alerta-nos para as injustiças de outrora aquando do
envio dos soldados para Angola tendo em vista a defesa da Pátria. Apercebemo-nos
aqui quantas vidas foram derrotadas com soldados mortos, outras destruídas,
soldados que ficaram deficientes ou com problemas de saúde e, outras ainda,
vidas familiares arrasadas, como o nosso António, o protagonista da história,
quando chega à sua terra natal.
Depois
de tanto sofrimento, depois de tanta luta, ao António só lhe restava o seu
filho e “o banco de pedra, junto à igreja”.
Uma
obra de ler e reler.
Professora
Aldina Parente
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