domingo, 7 de abril de 2019


ESCREVO SOBRE UM LIVRO - ESM

 “George”

de Maria Judite de Carvalho


O conto “George” de Maria Judite de Carvalho, cujo nome remete para a personagem principal, retrata o regresso da mesma à aldeia onde cresceu. Aqui reencontra a jovem que foi no passado, Gi, quando, na sua ânsia de liberdade, partiu no comboio para longe de uma família que não a compreendia.
Este reencontro com a sua juventude acaba, também, por projetá-la para o futuro onde, agora Georgina, mostra arrependimento de algumas das escolhas que tomou ao longo da sua vida.
A meu ver, podemos comparar este conto à obre “As três idades da mulher” do pintor Gustav Klimt, pois ambos abordam o tema da passagem do tempo e como este afeta a forma como a figura feminina se apresenta.
No quadro, a criança nos braços da mulher representa, na minha opinião, a fragilidade dos mais novos e a proteção que cada pessoa tem em relação à criança que permanece dentro dos mesmos, aquela que sonha (implícito no manto azul que a rodeia, transmitindo afeto, paz e confiança), tal como Gi, vista por George como uma “rapariguinha frágil”.
Destaca-se ainda a figura da idosa, de tez escura, saios descaídos, com as artérias e a flacidez da pele salientes. No ponto de vista pessoal, comparo esta mulher a Georgina, de “quase 70 anos”, com as suas “mãos enrugadas” e a cara imperfeitamente maquilhada, como imaginamos qualquer senhora da mesma idade. Na obra de Gustav Klimt, leva as mãos à cabeça, cabisbaixa, como se mostrasse o arrependimento de Georgina, que se sente só e triste por não ter qualquer contacto com o seu passado.
Após a análise da obra “As três idades da mulher”, considero que esta se enquadra no conto “George”.

Cláudia Rocha, Nº 3, 12.º C 

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