de Anthony Bourdain (Nova Iorque, 25de junho de 1956 - Kaysersberg,
8 de junho de 2018) e Laurie Woolever
(1.ª Edição
setembro de 2021)
Efetivamente, um guia é isso
mesmo. Contudo, é um registo que está condicionado ao tempo em que Bourdain realizou
estas viagens.
Com o passar do tempo, nem tudo
permanece igual, não sendo sequer necessário muito tempo. Os restaurantes
fecham, outros abrem, os chefs mudam, os preços alteram-se, o que hoje é bom,
amanhã pode não ser. De modo que, esta opinião está presa àquele tempo. Mas
sim, para quem viaja é uma tentativa, é uma possibilidade a investigar e
experimentar. Bourdain quis informar-nos sobre o que de melhor se encontra pelo
mundo.
De todas as formas, também considero
este guia um pouco redutor, na medida em que os países têm imensas
possibilidades, ótimas, que não são aqui referidas, nem podiam. Bourdain -"Chef-at-Large"
na Brasserie Les Halles, por muitos anos - teve que se circunscrever e limitar
a um número reduzido de hipóteses, caso contrário seria um guia extensíssimo…
Tem, no entanto, a vantagem de
podermos consultar este guia pelo país que pretendemos e analisar as suas
sugestões.
Fica aqui a opinião de alguém
muito viajado, muito experiente e muito seletivo em termos gastronómicos.
Quanto a Portugal, tenho a certeza
que existem muitos mais locais, encantadores a todos os níveis, não fosse eu
bairrista!
E
o processo foi mais ou menos este: Laurie reunira com Anthony numa tarde de
primavera de 2018 para darem os primeiros passos de mais um projecto de escrita
Laurie voltou ao seu trabalho de recolha sobre os trabalhos produzidos por
Bourdain com a intenção de preparar uns esboços, partilhá-los com ele para
ficar registado o seu cunho pessoal. Tal não aconteceu. Poucos meses depois
deste seu encontro Bourdain viria a falecer.
Perante
esta cruel realidade Laurie decide avançar com o projecto inicialmente previsto
entre ambos, recorrendo a testemunhos de pessoas amigas e familiares de
Bourdain para registar memórias partilhadas. E, efetivamente, este livro
conseguiu transmitir muito do pensamento e alma de Bourdain.
Com
535 páginas este guia gastronómico começa na Argentina e termina no Vietname.
Claro que regista a sua passagem por Portugal. Mas, quem conhece um pouco de
Portugal e sabendo que temos uma gastronomia riquíssima, variada, com uma panóplia
imensa de aromas e sabores, numa área tão pequena como o nosso território, e vê,
apenas, 2 ou 3 referências sabe que este livro não pode e não consegue mostrar
o que de melhor (com ou sem chefs) se cozinha no nosso país e, por analogia, no
resto do mundo.
Não
deixa de ser curioso a quantidade enorme de pessoas envolvidas na publicação e
produção deste livro como se pode observar na última página.
Fica
aqui mais esta opinião!
Helena Magalhães
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