A FADA ORIANA
De Sophia de Mello Breynner Andresen
“Há duas espécies de fadas: as fadas
boas e as fadas más. As fadas boas fazem coisas boas e as fadas más fazem
coisas más.”
É
assim que começa a história da fada Oriana, uma fada boa e bonita. A rainha das
Fadas entregou-lhe uma grande floresta e todos os homens, animais e plantas
ficaram à sua guarda. Oriana passou a dormir no tronco de um carvalho, na
floresta. Acordava com o primeiro raio de sol. Diariamente, ela ajudava os
pobres, tomava conta dos onze filhos do moleiro, cuidava da velha, prevenia os
animais dos caçadores, libertava os pássaros das ratoeiras, regava as flores
com o orvalho e arrumava a casa da velha, do moleiro e do lenhador.
O
Homem Rico não tinha mulher, nem filhos nem amigos e nem cabelo. Os móveis da
sala do Homem Rico pediram auxílio à Fada Oriana, porque se sentiam asfixiados.
Oriana, para os ajudar, moveu a bailarina de sítio para o espelho não a ver. Ao
mesmo tempo, escreveu num bloco de notas para dar alguns móveis aos pobres.
Entretanto, o Homem Rico entrou na sala e dá conta que a estátua da bailarina
tinha sido mudada de sítio. Ele ficou indignado e Oriana, depois de muitas tentativas
para resolver o problema, deu cabelo ao Homem Rico e este ficou muito feliz.
Ora,
um dia, Oriana abeirou-se do rio e salvou um peixe de morrer asfixiado que prometeu
ajudá-la se ela se encontrasse em sarilhos. Por causa do peixe, conseguiu ver o
seu reflexo na água e achou-se muito bela. Quando a noite caia, ia visitar o
poeta que morava na floresta, a única pessoa que a podia ver. Ela contava-lhe histórias
encantadas, dançava à luz da lua e enchia o ar de música e ele declamava-lhe os
seus poemas. Mas a sua grande cisma era a sua beleza. Oriana estava encantada
com a sua própria beleza reflectida na água. À custa disto, e por influência do
peixe, deixou de visitar o poeta e, um por um, foi abandonando todos os homens,
animais e plantas que viviam na floresta, menos a pobre velha, porque a ouvia
falar da sua beleza enquanto fora jovem. Em virtude dos intermináveis elogios
do peixe que salvara, tornou-se muito vaidosa, descuidando a promessa que
fizera à Rainha das Fadas e, por isso mesmo, ficou sem varinha de condão e sem
asas. E este foi o castigo pelo seu descuido. O peixe, a certa altura, deixou
de aparecer, os animais já haviam partido para muito longe, assim como o
moleiro, o lenhador e o poeta. Oriana foi à cidade à procura dos seus amigos,
mas eles não a reconheceram sem asas e sem varinha de condão. O lenhador estava
na prisão, a mulher do moleiro não sabia do filho e o poeta já não acreditava
em fadas. Ela ficou muito triste, chorou, mas a rainha não a desculpou. Só lhe
disse que lhe daria as asas e a varinha, quando ela fizesse algo para as
merecer.
Passados
dias, avistou, ao longe, a velha muito cansada e quase cega que se aproximava
de um abismo. Oriana ficou muito aflita. Quando chegou à sua beira, a velha
estava a cair do abismo. Oriana, mesmo sem asas, saltou do abismo e agarrou a
velha pelos pés.
Nessa
altura, apareceu a Rainha das Fadas que devolveu a Oriana as asas e a varinha
de condão e tudo voltou ao normal.
Então,
Oriana levantou a sua varinha de condão e tudo ficou encantado.
Resumo coletivo do 5º B
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