DE LIVRO EM LIVRO
RAPARIGA COM BRINCO DE PÉROLA
Autor: Tracy Chevalier
Título Original: Girl With a Pearl Earring (1999)
Editora: Biblioteca Sábado
Páginas: 199
Tradutor: Ana Falcão Bastos
Esta história passou-se em Delf,
uma cidade holandesa que se situa a aproximadamente a 6 m abaixo do nível da
água do mar, onde nasceu e morreu o grande pintor Jan Vermeer.
Johannes Vermeer nasceu a 31 de Outubro de
1632 e faleceu a 15 de Dezembro de 1675. É também conhecido como Vermeer de
Delft ou Johannes van der Meer. Vermeer viveu toda a sua vida na sua terra
natal, onde está sepultado na Igreja Velha (Oude Kerk), Delft.
É espantosa a forma como a autora
deste livro, consegue com uma linguagem simples, descrever pormenorizadamente a
arte de pintar, as técnicas utilizadas para a criação das cores, os cuidados
com a iluminação, a composição dos quadros, enfim um conjunto de saberes
próprios de quem é da arte. Até parece a voz de artista a falar. Até parece que
ela viveu nesse tempo. Até parece que ela é pintora ou sabe da arte.
Foi engraçado ler descrições de
Delf e imaginar o quão parecida e diferente estará esta cidade que visitei nem
sequer há um ano. Foi aqui que presenciamos, precisamente na praça referida no
livro, um artesão a demonstrar a manufatura dos típicos socos holandeses. Também
foi desta cidade que trouxe de recordação, 1 par de socos em porcelana azul e
branco, em miniatura, dos mais bonitos que pude encontrar pelos vários locais e
cidades que visitei nessa viagem.
O facto de lá ter estado há tão
puco tempo parece que me fez sentir que esta história foi real. Podia ter sido.
Tive pena de não ter lido este livro antes da minha viagem. Teria tido outros
olhos quando estive me Delf.
A personagem principal Griet que
nos conta, afinal, a história da sua vida, que apesar de apenas saber escrever
o seu nome é uma jovem dotada de uma sensibilidade especial para a arte, a cor,
o sentido estético, uma grande capacidade de organização espacial que depressa
foi reconhecida pelo pintor Vermeer.
Esta história também ilustra a
sociedade do século XVII e do papel da mulher na Europa de então, que se
limitava a um leque reduzido de oportunidades e de participação na sociedade
daquele tempo.
Helena Magalhães
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