A semente da verdade
Esta é a história de Ping, um menino com o mundo
dentro. Coração de flor e assobio de vento.
Ping era uma criança chinesa que adorava cultivar
orquídeas e outras flores. Tinha o dom da terra e qualquer planta tocada por
ele crescia forte e viçosa.
Todos os habitantes do império cultivavam belos
jardins e tinham pelas plantas um enorme respeito e carinho. Entre eles, o
Imperador, que cultivava o seu próprio jardim.
Os anos foram passando entre a leveza, a cor e o
perfume das flores mas no coração do imperador reinava uma inquietação – não
tinha filhos ou netos a quem passar o seu império. Era chegado então o momento
de decidir quem lhe sucederia. Mas, como decidir quem seria? Qual seria a
melhor forma, a forma mais justa e sensata de escolher o seu sucessor? Decidiu
que as lindas flores que cultivava há já tantos anos decidiriam por si. Chamou
até si todas as crianças do império e a todas ofereceu um punhado de sementes, informando-as
de que quem, ao fim de um ano lhe trouxesse a mais bela e cuidada flor, seria o
seu sucessor. Por todo o império reinava um sentimento de esperança, sonho,
dedicação, com o intuito de alcançar o crescimento da mais formosa e delicada
flor.
É aqui que entra Ping, o jardineiro do amor. Ping
passou meses cuidando, nutrindo e acariciando a sua planta. Dedicou-lhe os
melhores raios de sol, ofereceu-lhe a água mais pura da mais pura das fontes,
resgatou-a do vento e da impiedosa chuva, mas, por mais que se esforçasse, não
havia modo de ver a sua planta crescer. Nem um tímido caulezinho surgia daquela
terra castanha. Ping não sabia que mais poderia fazer. No seu coração crescia a
tristeza, a vergonha e a deceção por não ver a planta crescer.
Havia chegado novamente a primavera e com ela, o
dia de levar a planta ao imperador. Todos tinham belas flores para oferecer mas
Ping tinha um vaso vazio.
Pensou em não comparecer. Pensou também em levar
outra das suas lindas e viçosas criações, mas logo essa ideia lhe pareceu
incorreta. Aconselhado pelo seu pai, decidiu-se a enfrentar a verdade e, cheio
de coragem levou o seu vaso ao imperador. Perante uma multidão de flores
coloridas e perfumadas, Ping era o único com um vaso vazio.
Quando chegou a sua vez de o mostrar ao Imperador,
a vergonha pesava-lhe sobre a cabeça, mas logo o Imperador saltou de alegria ao
perceber que aquela criança tinha tido a coragem e a honestidade suficientes
para lhe trazer um vaso vazio. Ele sim era digno de ser o seu sucessor. É que o
Imperador tinha queimado todas as sementes, logo, era impossível alguma delas
germinar. Mas só quem tivesse um coração leve como o vento, puro como a água,
quente como os raios de sol e bonito como uma flor seria capaz de lhe levar um
vaso vazio.
Ele sim seria um digno sucessor.
Viva o imperador Ping!
A Turma: P3A
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