terça-feira, 21 de novembro de 2017

ESCREVO SOBRE UM LIVRO

História de um caracol que descobriu a importância da lentidão

Na minha opinião este texto contém moralidades , que podemos retirar de cada capítulo, que são essenciais à vida:

·        os caracóis não tinham curiosidade em saber o que se passava além daquele prado;
·        a importância da lentidão para conseguirmos ter a visão de pequenos pormenores que se formos ligeiros não os conseguimos detetar;
·        a importância de partilhar os nossos conhecimentos.
Recomendo ler este livro para aprender uma GRANDE LIÇÃO.


Um breve desenvolvimento desta história maravilhosa

Capítulo 1

Este capítulo fala sobre uma colónia de caracóis, que nunca tinham saído para além dos muros do prado. Como não tinham viajado não podiam avaliar, nem comparar porque não tinham conhecimento, mas nem queriam saber, só sabiam o que havia naquele prado.
O prado tinha abundância de dente-de-leão e por isso alguns caracóis mais velhos chamavam ao prado o «País de dente-de-leão». Os caracóis sabiam que eram lentos, muito lentos e silenciosos e por isso eram vulneráveis. Eles nem tinham curiosidade de saber os motivos da sua lentidão e do seu silêncio, mas havia um que queria procurar resposta ao motivo da sua lentidão.

Capítulo 2

O caracol que queria descobrir os motivos da lentidão também queria saber porque é que não tinha nome. Mas os outros caracóis nem queriam saber, só queriam ser felizes vivendo no «País de dente- -de-leão».
Um dia o caracol ouviu 2 velhos caracóis a falar de um mocho que vivia nas folhagens da faia mais antiga. Comentavam que o mocho sabia muitas coisas e de noite falava e cantava muito sobre árvores que eles nunca ouviram falar nem podiam imaginar como eram. Então o caracol resolveu ir, muito lentamente, ter com o mocho para perguntar porque é que ele era tão lento.
Então foi lentamente, muito lentamente e  chegou ao tronco onde estava o mocho e perguntou-lhe porque era tão lento. O mocho abriu e fechou os olhos e deu-lhe uma resposta:
“- És lento porque carregas um grande peso […]”, mas o caracol achou estranha aquela resposta porque a sua concha nunca lhe causou fadiga. Então voltou a perguntar, mas desta vez o mocho não tinha resposta e disse-lhe que ele é que a tinha de a procurar.

Capítulo 3

Depois regressou ao seu prado e tudo estava lento como de costume entre outros caracóis.
Quando chegou ao prado viu folhas a movimentarem-se e uns bichinhos pretos a comerem, alheios ao que se passava ao lado. Esses bichos estavam alegres pois a comida deveria ser muito saborosa.
Os caracóis analisaram esta situação e resolveram que a partir desse dia comeriam juntos ao entardecer, todos reunidos. Para tomar este momento mais agradável eles falavam entre si. Adoravam comer dente-de-leão. Todas as tardes se juntavam para conversar e falavam sobre o trabalho das formigas e dos gafanhotos que andavam aos saltos e não cumprimentavam ninguém.
Os caracóis tinham medo dos HUMANOS porque ao passarem no prado, pisavam os caracóis e esses caracóis já não apareciam, ao entardecer para comer todos juntos e conversarem entre si.
O caracol que desejava conhecer o motivo da lentidão dos caracóis e de não terem nome não parava de questionar-se sobre esse assunto até que um dia um caracol velho já cansado de ouvir as mesmas perguntas disse-lhe que parasse com aquelas perguntas ou então tinha de sair dali. Já estavam cansados das mesmas perguntas. Esta ameaça magoou muito o caracol e entristeceu-se por não ter o apoio dos outros caracóis. Posto isto ele decidiu ir-se embora e só voltar quando tivesse nome, e soubesse o motivo da lentidão.

Capítulo 4

Sem deixar de comer os caracóis viram como o caracol se afastou lentamente, muito lentamente até o verem desaparecer do prado.
Ao entardecer e já a ser noite, o caracol procurou onde dormir. Viu uma pedra não muito alta e pareceu-lhe um refúgio excelente.
Subiu até cima e procurou um lugar mais liso e instalou-se. O caracol não conseguia dormir porque talvez não devia abandonar o prado e os caracóis mais velhos.
Estava o caracol nestes pensamentos, a pedra moveu-se muito lentamente e uma voz perguntou muito cansada:
“- Quem é que subiu aqui para cima?”. E o caracol perguntou:
“- És uma pedra que fala?”. E a pedra disse que não era e voltou a perguntar quem estava em cima, e ele respondeu que era um caracol. E a pedra como sabia que os caracóis eram lentos disse-lhe que também é lenta. E assim adormeceram.
No dia seguinte, o caracol após ter acordado e ter descido da pedra, reparou que não tinha dormido em cima de uma pedra, mas sim de em cima de uma tartaruga. O caracol nunca tinha visto um animal daqueles, mas não lhe causava medo. A tartaruga começou a andar lentamente, muito lentamente e mesmo assim o caracol não conseguia acompanhar e pediu para subir para a sua carapaça. A tartaruga disse--lhe que era a 1.ª vez que lhe diziam que ela era veloz. A maneira que avançavam no caminho a tartaruga disse-lhe que vinha do esquecimento dos seres humanos. Ela vivia numa casa onde não faltava nada e quem cuidava dela eram os seres humanos que lhe davam muito mimo, só que os anos passaram e os humanos abandonaram a tartaruga pois não tinham tempo para ela.
O caracol ficou muito triste com a história da tartaruga. Ele contou-lhe que desejava saber o motivo da sua lentidão e que também queria ter um nome porque até a água que cai das nuvens tinha o nome de “chuva”. As perguntas do caracol aborreciam os outros caracóis e daí o terem expulsado do prado, tendo ele tomado a atitude de regressar ao prado quando tivesse nome e soubesse o motivo da sua lentidão.
Então a tartaruga disse-lhe que enquanto viveu entre os humanos aprendeu que quando um deles fazia uma pergunta desse género ficava apelidado de REBELDE.
O caracol gostou tanto desse nome e perguntou-lhe se ela tinha nome ao qual que ela respondeu que sim. Chamavam-lhe memória porque não se esquecia do caminho.
Os dois continuaram juntos e a tartaruga disse-lhe que tinha uma coisa muito importante para lhe mostrar.

Capítulo 5

Chegaram a um extremo do prado ao qual os caracóis lhe chamavam o fim da vida: era uma superfície escura, uniforme ao que os humanos lhe chamavam de estrada. Do outro lado viam seres humanos. Estavam perante uma vila ou cidade onde chegavam pessoas com bens sobre grandes animais de patas circulares, fortes, velozes e impulsionados por corações de metal (carros). O caracol ficou muito confuso com o que estava a ver em cima da carapaça da tartaruga e então a tartaruga explicou-lhe que a faixa escura era uma estrada de alcatrão e os animais eram carros que deitavam fumo e que os humanos os usavam porque eram demasiado lentos e então usavam os animais de metal. O caracol reparou que os humanos já estavam a cobrir o prado com alcatrão e sentiu medo e a tartaruga acalmou-o dizendo que não tivesse medo. Estava a anoitecer e resolveram fazer a sua refeição antes de adormecer e enquanto comiam a tartaruga perguntou-lhe o que é que ia fazer e o caracol respondeu-lhe que não sabia e nem sabia se já queria conhecer os motivos da sua lentidão ou regressar ao prado com os velhos caracóis, a tartaruga disse-lhe se não fossem tão lentos não se teriam encontrado. O caracol concordou com a tartaruga pois já tinha nome e já tinha conhecido os perigos e agora que ia regressar e avisar os seus amigos. O caracol pediu para dormir em cima da carapaça da tartaruga, mas ela não aceitou dizendo que seria melhor dormir ao seu lado. O sol acordou-o e reparou que a tartaruga se tinha ido embora, no entanto, o caracol estava muito grato por a ter conhecido e fez a sua marcha em direção aos seus velhos e amigos caracóis.

Capítulo 6

No trajeto até ao prado deparou-se com um trajeto de formigas que transportavam gotinhas de mel e parou para não as desorientar e disse-lhes que tinha que passar pois tinha que ir avisar os seus amigos de um grande perigo. As formigas curiosas quiseram saber logo o que se estava a passar e quando se puseram ao par da situação disseram que o tinham que o levar ao formigueiro onde estava a rainha. A rainha perguntou-lhe se tudo o que ouviu era verdade ao qual que ele respondeu que sim. Então ela mandou reunir todos os alimentos para se irem embora e agradecerem ao caracol pela sua lentidão porque se ele fosse veloz nunca teria visto as formigas para lhes contar acerca da estrada que os humanos estavam a fazer. Assim a rainha juntou as suas formigas em fila e disse: Êxodo, êxodo e foram-se embora do formigueiro. Os escaravelhos também agradeceram ao caracol pela sua lentidão pois só assim os pôde avisar e eles logo abandonarem a toca com os seus alimentos.
O caracol já tinha um nome: Rebelde e começou a perceber os motivos da sua lentidão: assim conseguia observar tudo ao seu redor e avisar os amigos do perigo. Era noite e o caracol procurava um sítio para dormir, quando estava prestes a adormecer foi abordado por uma toupeira que lhe perguntava se era ele o caracol que tanto se falava. Ele disse-lhe que sim e que tudo que se ouvia também era verdade, a toupeira ao ouvir isto pôs-se a cavar o solo com as outras para se irem embora.

Capítulo 7

Os caracóis ao ver o caracol a chegar fizeram troça dele sem nunca deixarem de comer as folhas de dente-de-leão e perguntaram-lhe se já tinha encontrado as respostas para as perguntas que fazia antes de partir. O caracol disse aos seus amigos que tinha encontrado uma tartaruga chamada Memória. Eles troçaram do caracol por ele ter encontrado um bicho tão lento como ele, mas, o caracol não lhes ligou nenhuma e contou-lhes tudo o que tinha visto. Os caracóis não acreditaram e disseram que nunca abandonariam o prado, mas rebelde disse-lhes que outros animais o tinham acabado de o fazer quando ele lhes contou do perigo que vinha a caminho. Um dos caracóis mais velhos disse que teria de demonstrar que o que disse era verdade. Então Rebelde mandou-os subir com ele até às longas hastes do calicanto e os caracóis quando lá chegaram repararam que Rebelde não lhes tinha mentido e que os humanos já estavam muito perto do prado com a construção da estrada e o alcatrão. Quem estava no cimo avisou para fugirem o mais rápido possível e então os caracóis mais velhos olharam com respeito para Rebelde e disseram-lhe que facto tinha aprendido muito na sua viagem. Uns dos caracóis mais velhos perguntou-lhe se já tinha nome e o caracol disse-lhe que a tartaruga Memória lhe tinha posto o nome de Rebelde. Assim partiram à procura de um novo prado que tivesse dente-de-leão.

Capítulo 8

Os caracóis partiram muitos tristes e nenhum deles se atrevia a falar sobre a sua tristeza. Eles iam em direção aos humanos e os caracóis mais velhos pediam explicações do motivo porque se dirigiam até ao perigo. O caracol explica-lhes que os humanos à volta da casa deles não estendem alcatrão para que o sol desça às suas casas. Os caracóis, contudo, não iam felizes na sua viagem e queriam regressar ao prado, lugar que nunca deveriam ter deixado, e que melhor era regressar pois ele nem sequer sabia por onde ia. Os mais novos e uns mais velhos ficaram com Rebelde e ele prometeu que haviam de encontrar um novo prado com dente-de-leão.

Capítulo 9

Os caracóis chegaram por fim à estrada e repararam que nada crescia à beira do manto negro. Esperaram que os humanos fossem embora para as suas casas descansar e quando anoiteceu atravessaram a estrada e aperceberam-se que era mais rápido atravessar o alcatrão do que o prado. Deram-se conta que o alcatrão era quente e queriam ficar lá até amanhecer porque era quentinho, mas Rebelde alertou-os que aquilo era uma armadilha para matar os animais porque se ficassem no alcatrão as rodas do carro passavam por cima deles matando-os, assim continuaram a viagem e quando chegaram à outra berma da estrada, instalaram-se numa caverna circular e fria. Todos os caracóis adormeceram menos Rebelde e quando estava prestes a adormecer apareceu um pássaro a dizer que não tivesse medo … era o mocho que vivia no prado. Ele disse-lhe que estava ali porque já nada existia no prado e que eles não estavam bem ali pois aquilo não era uma caverna, mas sim um grande tubo onde circulava a água quando os humanos quisessem. Rebelde sentia-se fracassado iam ser muito lento. Então o mocho que os ajudaria a sair dali e pegou num bocado de madeira e disse aos caracóis que se colocassem aí que ele os transportaria. Os caracóis quando iam no voo aperceberam-se que grande parte de prado havia desaparecido. O mocho deixou-os perto de umas grandes árvores e disse-lhes que este era um bosque de castanheiros em que os humanos tardariam a destrui-lo e mandou-os descer a uma clareira que tinha erva e flores silvestres. Os caracóis agradeceram ao mocho e Rebelde mandou-os seguir em frente.

Capítulo 10

Os caracóis avançavam pelas folhas da cor do outono e conforme avançavam no terreno Rebelde ia ficando preocupado com a falta de alimento… os caracóis estavam esfomeados e não havia comida à vista.
Pouco antes da chegada da geada e da neve os caracóis sentiram o chamamento irresistível da vida e de a continuarem, houve então a fecundação.
Anoiteceu e por muito que esticassem os corninhos dos olhos não conseguiam ver o brilho das estrelas, Rebelde disse que o melhor é meterem-se debaixo das folhas para estarem a salvo, mas, alguns não seguiram o conselho. Quando amanheceu os caracóis saíram debaixo das folhas e viram que os caracóis que ficaram ao relento tinham morrido e logo se deram de conta que tinham de encontrar a clareira de imediato. Alguns não conseguiram acompanhar por causa da fome e do cansaço.

Capítulo 11

Chegaram á clareira do bosque e depararam-se que o frio se tinha antecipado pois estava cheio de geada. Rebelde olhou para trás e viu que só tinha consigo metade dos caracóis que saíram do prado.
Os caracóis foram-se refugiar num tronco que estava  no chão e nele havia algumas ervas que não eram saborosas, mas sim nutritivas. Entrou-se na hibernação. O tempo passou e chegou a Primavera e os caracóis saíram do tronco e avistaram uma grande abundância de flores silvestres e, para além disso, viram também que  por onde eles rastejaram havia uma grande extensão de dente-de-leão. Os caracóis ficaram muito felizes pois encontraram um sítio maravilhoso para viver. Rebelde diz aos seus companheiros que durante a viagem aprendeu muitas coisas:
·        A importância da lentidão;
·        E que tudo quanto desejamos está dentro de nós próprios.

  
Pedro Felgueiras, N.º 15, 6 .º C

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