segunda-feira, 14 de novembro de 2016

O Estrangeiro


É um livro que, apesar de ter sido lançado em 1942, é intemporal.

Mostra que, para simplificarmos a nossa vida, nas nossas interações sociais, somos, muitas vezes, “politicamente corretos”, dizendo muito mais do que realmente sentimos, dizendo muito mais do que aquilo que é. Dizendo o que os outros querem ouvir. São estas as regras do jogo na nossa sociedade.

Meursault, o protagonista da história, nega-se a mentir, a dizer mais do que sente, a dizer mais do que é. Mostra os seus verdadeiros sentimentos. É um “ homem nú”, transparente. Mostra o seu verdadeiro interior e isso fá-lo ser diferente, fá-lo ser um “estrangeiro na sua própria terra”, o que o transforma numa ameaça para a sociedade a acaba na sua condenação.

A leitura desta obra, apesar de, por vezes, me “arrepiar” um pouco (estamos sempre a ser avaliados pela sociedade), foi um prazer.

É, sem dúvida, um bom presente de Natal!


Fernando Magalhães

1 comentário:

  1. Em 88 páginas de escrita simples, este romance de 1942, do autor do prémio Nobel em 1957, Albert Camus, argelino, conta-nos uma história passada em Argel. Uma história sem grandes emoções, mas com um final muito filosófico e passível de ser real. É que a realidade também nos surpreende todos os dias com a diversidade de crenças, ideias, opiniões posturas, ideologias, enfim… diferenças. Algumas às vezes difíceis de acreditar. Mas, é mesmo assim.
    Não posso dizer que me apaixonou este livro. Apenas, concordo que o que aqui aconteceu, acontece ainda hoje na nossa realidade social.
    Mesmo sem sabermos estamos constantemente a ser julgados, avaliados pelos outros. Sejam essas avaliações positivas, negativas ou mais ou menos, ou credíveis ou nada, mas com possível interferência na nossa vida. Penso que é esta a mensagem que Camus nos deixou.

    A Professora
    Helena Magalhães

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