Jorge Amado
Biografia
Existem dúvidas sobre o exato local de nascimento de Jorge Amado.
Entretanto, é certo que Jorge foi registado no povoado de Ferradas, filho mais
velho do Coronel João Amado de Faria e de Eulália Leal, pertencente a Itabuna.
No ano seguinte ao de seu nascimento, uma praga de varíola obrigou a família a
deixar a fazenda e se estabelecer em Ilhéus, onde viveu a maior parte da
infância, que lhe serviu de inspiração para vários romances. Já adolescente,
aos 14 anos, começou efetivamente a participar da vida literária, em Salvador.
Foi um dos fundadores da "Academia dos Rebeldes", grupo de jovens que
desempenhou um importante papel na renovação da literatura baiana. Os seus
trabalhos eram publicados em revistas fundadas por eles mesmos.
Foi para o
Rio de Janeiro, para estudar na Faculdade de Direito
da Universidade do Rio de Janeiro. Durante a década de 1930, a faculdade
era um polo de discussões políticas e de arte, tendo ali travado seus primeiros
contatos com o movimento comunista organizado. Tornou-se um jornalista, e
envolveu-se com a política ideológica comunista, como muitos de sua geração. Em
1946 foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) em São
Paulo, o que lhe rendeu fortes pressões políticas. Como deputado, foi o
autor da emenda que garantiu a liberdade religiosa devido a ter visto o
sofrimento dos que seguiam cultos africanos bem como protestantes no Ceará
serem saqueados por fanáticos com uma cruz à frente – recolheu assinaturas até
conseguir a aprovação da emenda, e desde então a liberdade religiosa
tornou-se lei
Foi casado
com a também escritora Zélia Gattai, a qual o sucedeu em 2002 na cadeira 23 da Academia
Brasileira de Letras. Com ela, teve dois filhos: João Jorge (nascido em 25 de
novembro de 1947) e Paloma Jorge (nascida em 19 de agosto de 1951). Teve ainda
outra filha, Eulália Dalila Amado (nascida em 1935, que morre precocemente
quando tinha apenas 14 anos, em 1949), fruto de um casamento anterior com
Matilde Garcia Rosa.
Viveu exilado na Argentina e no
Uruguai (1941 a 1942), em Paris (1948 a 1950) e em Praga (1951 a 1952). Como um
escritor profissional, viveu quase que exclusivamente dos direitos autorais de
seus livros.
Durante o exílio na União
Soviética, foi vigiado tanto pela CIA, quanto pelos serviços de segurança
soviéticos.
Em 1958 publicou Gabriela, Cravo
e Canela, que representou um momento de mudança na produção literária do autor
que até então abordava temas sociais. Nesta segunda fase faz uma crónica de
costumes, marcada por tipos populares, poderosos coronéis e mulheres sensuais.
Além de Gabriela, Cravo e Canela, os romances Dona Flor e seus dois maridos e
Tereza Batista cansada de guerra são representativos desta fase. Apesar do
"turning-point" na obra, não deixou de ser publicado na URSS.
Morreu em 6 de agosto de 2001 devido a uma paragem
cardiorrespiratória.
Traduções das obras
A obra de Jorge já foi editada em
55 países, e vertida para 49 idiomas: albanês, alemão, árabe, armênio, azeri,
búlgaro, catalão, chinês, coreano, croata, dinamarquês, eslovaco, esloveno,
espanhol, esperanto, estoniano, finlandês, francês, galego, georgiano, grego,
guarani, hebraico, holandês, húngaro, iídiche, inglês, islandês, italiano,
japonês, letão, lituano, macedônio, moldávio, mongol, norueguês, persa,
polonês, romeno, russo (também três em braille), sérvio, sueco, tailandês,
tcheco, turco, turcomano, ucraniano e vietnamita.
Prémios, títulos e homenagens:
O escritor recebeu vários prémios
nacionais e internacionais. Recebeu também graus de Comendador e de
Grande-Oficial, nas ordens da Argentina, Chile, Espanha, França, Portugal e
Venezuela, Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada de Portugal a
8 de março de 1980 e Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique a 14 de
julho de 1986, além de ter sido feito Doutor Honoris Causa por mais de dez
universidades no Brasil, Itália, Israel, França e Portugal. O título de Doutor
pela francesa Sorbonne foi o último que recebeu em pessoa durante sua
derradeira viagem a Paris em 1998, quando já estava doente. Foi membro
correspondente da Academia de Ciências e Letras da República Democrática da
Alemanha; da Academia das Ciências de Lisboa; da Academia Paulista de Letras; e
membro especial da Academia de Letras da Bahia
Jorge Amado foi eleito para a
Academia Brasileira de Letras em 6 de abril de 1961.
Obras publicadas:
Coleção de obras de Jorge Amado,
decorada com o autógrafo e a efígie do autor, publicada em 1983 pela editora
Record.
Algumas obras numa biblioteca
pública.
O País do Carnaval, romance
(1931)
Cacau, romance (1933)
Suor, romance (1934)
Jubiabá, romance (1935)
Mar morto, romance (1936)
Capitães da areia, romance
(1937)
A estrada do mar, poesia (1938)
ABC de Castro Alves, biografia
(1941)
O cavaleiro da esperança,
biografia (1942)
Terras do Sem-Fim, romance
(1943)
São Jorge dos Ilhéus, romance
(1944)
Bahia de Todos os Santos, guia
(1944)
Seara vermelha, romance (1946)
O amor do soldado, teatro (1947)
O mundo da paz, viagens (1951)
Os subterrâneos da liberdade,
romance (1954)
Gabriela, cravo e canela,
romance (1958)
A morte e a morte de Quincas
Berro d'Água, romance (1959)
Os velhos marinheiros ou o
capitão de longo curso, romance (1961)
Os pastores da noite, romance
(1964)
O Compadre de Ogum, romance
(1964)
Dona Flor e Seus Dois Maridos,
romance (1966)
Tenda dos milagres, romance
(1969)
Teresa Batista cansada de
guerra, romance (1972)
O gato Malhado e a andorinha
Sinhá, historieta infantojuvenil (1976)
Tieta do Agreste, romance (1977)
Farda, fardão, camisola de
dormir, romance (1979)
Do recente milagre dos pássaros,
contos (1979)
O menino grapiúna, memórias
(1981)
A bola e o goleiro, literatura
infantil (1984)
Tocaia grande, romance (1984)
O sumiço da santa, romance
(1988)
Navegação de cabotagem, memórias
(1992)
A descoberta da América pelos
turcos, romance (1994)
O milagre dos pássaros, fábula
(1997)
Hora da Guerra, crônicas (2008)
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jorge_Amado