segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

O Segredo de Compostela (2013)


Alberto A. Santos, autor desta obra e homem ainda jovem (completa agora em 6 de março 50 primaveras) consegue com grande mestria transportar-nos para o século IV através, não só das descrições, quer das personagens, quer da sua envolvência, dos espaços e de uma forma de pensar. Automaticamente, o nosso cérebro faz um infinidade de conexões de ideias, conceitos e imagens que já vivemos, ou porque ouvimos, ou porque lemos ou, então, porque vimos algum filme. Estas conexões, associadas ao nome das personagens, ao nome dos locais e de toda uma linguagem ligada às religiões e à História, consegue que visualizemos esta história naquele tempo.
Não deixa de ser interessante como, tão longe no tempo e tão perto nos modos, as sociedades se parecem. Como já, então, se considerava importante o papel da mulher e a importância do reconhecimento da sua intervenção na sociedade e na religião e a luta que se fazia para que tal acontecesse, contra os interesses instalados e que, tal como nesse tempo, agora se passa ainda, embora de uma forma um tanto ou quanto camuflada.
Este livro relata de uma forma muito transparente e exímia o que é o verdadeiro amor. Este amor, personificado através de Prisciliano e Egéria, que é profundo, congruente, completo, resistente, espiritual sem abdicar totalmente do carnal, mas remetendo este para segundo plano.
O segredo de Compostela será segredo? ou será que o tempo, que foi muito, desde o século IV até aos nossos dias ou um pouco antes - pois que esta dúvida já vem sendo colocada há algum tempo – foi o suficiente para se perder a informação?  ou ela não seria registada? Será que existem dúvidas? Ou certezas inconvenientes?
Ao longo destas quase cinco centenas de páginas entretive-me. Às vezes perdia-me, tantas eram as personagens e com nomes tão raros para mim que, por vezes, tinha que me situar para lembrar quem era afinal mais aquele elemento desta história.
Gostei do tema escolhido pelo autor e o título encaixa na perfeição com o final do livro.
Este livro está disponível na Biblioteca Municipal de Monção.

Helena Magalhães




Sem comentários:

Enviar um comentário