sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013





Um Amor em Tempos de Guerra

 
António nasceu marcado pelo nome. O mesmo que o vizinho da rua das traseiras, o homem que se fez doutor em Coimbra e que ia à terra sempre que podia, o tal que governava o país com pulso de ferro. Mas de pouco ou nada lhe valeu tão grande nome quando o destino o enviou para Angola, para defender a pátria em nome de uma guerra distante que não era a sua.

                Deixou para trás a sua terra, a mãe inconsolável e Amélia, a mulher que pedira em casamento, num banco de pedra, junto à igreja e que prometera fazer dele o homem mais feliz do Vimieiro.

                Uma das mais belas e excecionais obras que já li. Quando terminei, pensei, logo que me seja possível, lerei “Os Retornados – Um Amor nunca se esquece”.

                Fiquei maravilhada com o enredo, a simplicidade, tudo ligado a um realismo inacreditável.

                O estilo do autor duma riqueza cativante que, quando iniciamos a leitura, não temos coragem de parar.

                Nesta obra em particular, Júlio Magalhães alerta-nos para as injustiças de outrora aquando do envio dos soldados para Angola tendo em vista a defesa da Pátria. Apercebemo-nos aqui quantas vidas foram derrotadas com soldados mortos, outras destruídas, soldados que ficaram deficientes ou com problemas de saúde e, outras ainda, vidas familiares arrasadas, como o nosso António, o protagonista da história, quando chega à sua terra natal.

                Depois de tanto sofrimento, depois de tanta luta, ao António só lhe restava o seu filho e “o banco de pedra, junto à igreja”.

                Uma obra de ler e reler.

                                                                                                              Professora Aldina Parente

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